São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Empresas criam entidade para cobrar peemedebista

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os credores do PMDB, a quem o partido deve desde a campanha eleitoral do ano passado, irão formar uma "entidade" exclusiva para lutar pelo dinheiro que têm a receber dos peemedebistas.
A empresa Espaço Livre, com um crédito de R$ 1,2 milhão junto ao partido, lidera o projeto para a criar a Associação dos Credores do PMDB -nome provisório.
A primeira medida será entrar com uma ação conjunta na Justiça para cobrar ao PMDB. Os líderes do movimento apostam na existência de pelo menos 50 pessoas ou empresas com dinheiro a receber.
Cálculos preliminares indicam uma dívida de cerca de R$ 2,5 milhões. Oficialmente a campanha do PMDB ao governo do Estado, principal foco da dívida do partido, custou R$ 3,7 milhões, conforme declarado ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
A principal dificuldade dos credores tem sido encontrar o responsável pelas despesas.
O candidato derrotado do PMDB ao governo, Barros Munhoz, nega ser o autor dos gastos. O mesmo acontece com Frederico Pinto Coelho, o Lilico, irmão do ex-governador Fleury, que também se isenta de responsabilidade.
As cobranças que chegam ao partido estão sendo encaminhadas para ambos. Tanto Barros Munhoz como Lilico informam que a campanha tinha um comitê financeiro, como determina a Justiça Eleitoral, para cuidar das finanças.
A Folha não conseguiu localizar nenhum dos membros desse comitê. Procurados desde a tarde de quarta-feira, eles evitam falar sobre o assunto.
Além das dívidas, o PMDB realizou, conforme revelou a Folha na segunda-feira passada, despesas "por fora", sem registro na contabilidade entregue ao TRE.
Documentos comprovam, pela primeira vez desde as eleições do ano passado, a utilização desse mecanismo ilegal para encobrir os gastos reais do PMDB.

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