São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995
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Católicos tentam expandir sua rede de TV

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Arcebispos de todo o Brasil irão se reunir em Brasília na próxima semana para discutir o projeto de consolidação e ampliação da Redevida, TV de inspiração católica.
Um dos principais objetivos da reunião é buscar, junto ao Ministério das Comunicações, autorizações para a instalação de emissoras repetidoras nas principais cidades do país.
Isso é considerado essencial para a viabilização comercial da rede. Atualmente, a Redevida (RVT) é captada quase que exclusivamente por quem tem antena parabólica ou é assinante de alguma TV paga.
Os arcebispos são os responsáveis pelas dioceses de maior porte (arquidioceses), que, de modo geral correspondem às capitais dos Estados.
A reunião ocorrerá nos dias 26 e 27 e foi convocada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Evangélicos
Na avaliação dos bispos, a ampliação da Redevida é fundamental para um combate mais efetivo às igrejas evangélicas pentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus, que transmite seus programas na TV Record, de propriedade do bispo Edir Macedo.
"O mais importante é que agora os bispos resolveram priorizar a Redevida", disse o diretor da TV João Monteiro de Barros Filho.
O apoio material é o investimento das arquidioceses na compra de equipamentos de retransmissão.
Um dos arcebispos mais entusiasmados com a ampliação da Redevida é o do Rio, d. Eugênio Sales. Ele confirmou à Folha seu interesse no projeto e disse que quer agora saber detalhes do custo de instalação dos equipamentos de transmissão no Rio.
Segundo o ministério, as concessões só serão retomadas após a aprovação de proposta de decreto enviada pelo governo ao Congresso Nacional.
Barros Filho afirmou que a RVT provou a viabilidade técnica de instalação de 350 repetidoras no território nacional. Dessas, 50 receberam no governo anterior autorização para ser instaladas.
A RVT não tem qualquer vínculo oficial com a Igreja Católica. Ela pertence ao grupo Independente de rádio e TV, sediado em Barretos (SP), e é administrada pelo Inbrac (Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã), uma entidade sem fins lucrativos integrada por leigos e religiosos.

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