São Paulo, sábado, 21 de outubro de 1995 |
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Músico começou aos 3 anos
JAIR RATTNER
Apesar de morar há 31 anos na Europa, ele ainda vai ao Brasil três a quatro vezes por ano. "Costumo passar no Rio pelo menos um mês por ano, para tocar e recarregar as baterias". No entanto, diz que se sente mais europeu: "Meu cantinho especial é em Paris". Freire, que no ano passado recebeu o prêmio Edison pela gravação dos 24 Prelúdios de Chopin, considera que não há espaço no Brasil para o desenvolvimento de novos artistas na música clássica. "Faltam concertos, oportunidades de ouvir grandes artistas, organização e empresários", avalia. "Quando as grandes celebridades vão tocar no Brasil, quem gosta geralmente não tem acesso", conta, reclamando de quem vai aos concertos só para mostrar a roupa. Freire, que começou a tocar piano aos 3 anos, deu seu primeiro concerto aos 5. Ele acredita que se não tivesse se mudado para a Europa não teria conseguido seguir a carreira de pianista. Em 1957, aos 14 anos, venceu o concurso Internacional de Piano do Rio, ganhando uma bolsa para estudar em Viena. O início da sua carreira internacional foi em Lisboa, em 1964, onde ganhou o primeiro prêmio do Concurso Internacional Vianna da Motta, com 19 anos. Freire encontra-se em Lisboa para dar dois concertos em homenagem à Marquesa de Cadaval, que está com 95 anos e foi uma das pessoas que impulsionou sua carreira. "Quando eu vim à Europa, com 20 anos, minha mãe me entregou nas mãos da marquesa e disse que ela seria minha mãe européia". Durante o primeiro período que viveu na Europa, Freire morava na casa da Marquesa. Na época, tinha concertos apenas a cada três meses -hoje apresenta-se 60 vezes por ano. A marquesa era uma das principais mecenas da música clássica em Portugal, tendo organizado o primeiro festival de Texto Anterior: Nelson Freire lança concertos de Liszt Próximo Texto: Segundo álbum do Oasis mostra face mais melódica da banda Índice |
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