São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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Socióloga vê impacto positivo de pentecostais

RICARDO BONALUME
DO ENVIADO ESPECIAL A CAXAMBU

A tese da socióloga Maria das Dores Campos Machado, 39, sobre o impacto das religiões pentecostais e do movimento carismático católico na vida privada de seus seguidores -principalmente mulheres- foi premiada na última reunião da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais).
O prêmio "José Albertino Rodrigues" consiste na publicação da tese. Ela ganhou um prêmio e perdeu preconceitos.
"A primeira vez em que eu fui eu tinha vários preconceitos", diz, sobre a visita a um desses templos.
E acrescenta: "De repente, você descobre que eles não são fanáticos, e que essas pessoas conseguiam seus espaços graças à religião".
Maria das Dores é professora da Universidade Federal Rural Fluminense.
A mudança operada pela religião, segundo a tese, foi mais dramática nas mulheres, que passaram a ser autônomas em relação a suas famílias depois de frequentarem esse tipo de culto.
No caso dos pentecostais, essa "nova vida" surge depois de um batismo pelo Espírito Santo, uma cerimônia repleta de emotividade, cujo objetivo é fazer uma ruptura drástica com a religião anterior e mesmo com a vida prévia.
"Há uma ênfase no demônio como a causa do mal", afirma Maria das Dores. Com isso, desaparece a idéia de culpa.
Segundo a socióloga, a nova religião "oferece a possibilidade de retirar os erros passados" -que tinham como razão a possessão pelo demônio.
A pesquisadora ouviu 120 pessoas, divididas em grupos de 7 homens e 13 mulheres das duas religiões (pentecostais e católicos da Renovação Carismática) e das classes "média" e "popular", além de um grupo formado por fiéis tradicionais.

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