São Paulo, domingo, 22 de outubro de 1995
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mente que brilha, escreve e pinta

SÉRGIO DÁVILA

"O menino não conseguiu acolher os três amigos e o cachorrinho sumiu. Naquela noite, o silêncio simbolizava uma grande dor. Ele, sem saber o que fazer, olhava para os amigos e dizia:
-E agora?"
O trecho acima faz parte do conto "O Menino e o Cachorrinho", um dos três do livro "Três Historinhas de Ícaro Silva", a ser lançado esta semana pela João Scortecci Editora, com patrocínio da indústria Papaiz.
O autor é Ícaro Silva, 8 anos, que mora com os pais funcionários públicos e a irmã estudante num conjunto habitacional em Diadema, na Grande São Paulo. "Fiz esse livro em homenagem aos pintores franceses", diz ele, que também ilustrou os contos, com colaboração familiar.
Ícaro é uma criança muito parecida com seus colegas da escola Monteiro Lobato, onde estuda com bolsa. Quer ser escritor quando crescer, se dá melhor nas matérias português e inglês. Odeia biologia.
Fora da escola, gosta de ler gibi da turma da Mônica, assistir aos desenhos dos Cavaleiros do Zodíaco, comer bolacha e batatinha frita e beber refrigerante. Ainda não se acostumou com os esportes, mas diz começar a "entender melhor" o futebol e o vôlei.
Ícaro Silva já escreveu 32 livros, 31 deles ainda inéditos. "Não sou diferente de ninguém", diz. "Nem sei se sou superdotado, porque ainda não fiz nenhum teste."
Dos três contos que foram publicados, Ícaro Silva (fã de Monteiro Lobato, de quem tem 48 livros) gosta mais de "O Cavalinho que Queria Ficar Cor-de-Rosa".
"Escrevi relacionado a mim mesmo", explica ele. "Isso porque, quando era pequeno, eu não gostava muito da minha cor."
S.D

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