São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 1995
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Indústria paulista fecha 8.152 postos de trabalho

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ritmo de demissões na indústria paulista voltou a se acelerar na segunda semana de outubro. Foram fechados 8.152 postos de trabalho, contra 4.537 vagas fechadas na primeira semana do mês.
Os números fazem parte do levantamento semanal realizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), divulgado ontem.
O presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira, responsabilizou "os problemas da conjuntura econômica, para os quais estamos alertando o governo há mais de 20 semanas".
Os levantamentos de nível de emprego realizados pela Fiesp vêm apresentando resultados negativos há 24 semanas consecutivas.
O principal alvo das críticas da federação das indústrias à política econômica nos últimos meses é a alta taxa de juros praticada pelo Banco Central.
Outro ponto constantemente criticado por representantes da indústria é a valorização do real frente à moeda norte-americana, que estaria prejudicando as exportações brasileiras.
Moreira Ferreira disse acreditar que, caso as reformas constitucionais sejam aprovadas, a tendência será de "melhora" nos níveis de emprego.
A indústria de São Paulo fechou, desde o início do ano, 116.501 postos de trabalho, o que representou redução de 5% no número de empregados.
Nos últimos 12 meses, foram fechadas 94.430 vagas, que significaram queda de 4,08% no nível de emprego.

Crescimento
Outros 25 setores registraram estabilidade, enquanto 17 apresentaram queda no emprego.
Os segmentos que tiveram crescimento foram os de produtos de cacau e balas (2,92%), calçados de Franca (0,84%), bebidas em geral (0,29%) e gráfico (0,20%).
O setor de condutores elétricos foi o que apresentou a maior redução no emprego na segunda semana do mês, com queda de 3,62%.

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