São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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Coalizão cristã
NELSON DE SÁ
A coluna "No Ar" publicada à pág. 1-10 ( Brasil) de ontem identificou erroneamente o cônego Laerte Vieira da Cunha, vice-chanceler da Arquidiocese de São Paulo, como o porteiro da Arquidiocese. Começou no 25ª Hora, que avançou na madrugada de ontem com uma coalizão de grupos pentecostais e assemelhados, reunidos formalmente para falar em paz, mas na prática para propagandear apoio a Edir Macedo. Continuou no Jornal da Record, com a longa cobertura da nova operação -mais uma- de provocação à Igreja Católica, quando um pastor entregou uma Bíblia na Arquidiocese de São Paulo. Formalmente, foi levar um convite para que que o cardeal d. Paulo Evaristo Arns gravasse uma resposta na cadeia de Edir Macedo. Mas foi a entrega do livro o centro da cobertura na Record -para questionar simbolicamente o respeito de d. Paulo pela Bíblia. Para marcar ainda mais a provocação, o pastor fez uma oração de cunho neopentecostal em plena Arquidiocese de São Paulo, segurando pela mão o porteiro que recebeu a Bíblia. A conferência dos bispos, reunida em Brasília, decidiu nada fazer, segundo o SBT. Mas a reação segue crescendo, tendo alguns dos mais contidos cardeais da Igreja Católica à frente. Por exemplo, d. Aloísio Lorscheider, na Bandeirantes: - O povo foi machucado e agora quer mostrar que não se toca em Nossa Senhora. As redes regulares, fora da Record, vão fechando posição em torno da Igreja Católica. A Globo saltou na frente, antes mesmo dos chutes em Nossa Senhora de Aparecida. A Bandeirantes, domingo, já transmitiu uma missa de Aparecida. A Cultura já transmite regularmente a missa de Aparecida, de manhã. Agora é o SBT, que ontem levou ao ar um SBT Repórter sobre "a polêmica entre a Igreja Universal e a Igreja Católica", mas também com "os roteiros da fé" católica, como Aparecida e Lourdes. Os âncoras não sabem mais o que opinar. Pedem por tolerância, como fazia ontem Boris Casoy -mas sempre com aberta estupefação diante das ações da Igreja Universal. Francisco Pinheiro, que deixou a Bandeirantes pela Record, não tem mais poder sobre o programa e adapta-se questionando a Igreja Católica. Não tem o que fazer. A Record tornou-se uma máquina de propaganda da célula brasileira da coalizão cristã. Texto Anterior: Comissão destina verbas a obras irregulares Próximo Texto: Governo pode retomar terras em Rondônia Índice |
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