São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 1995 |
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'Bons Homens' é viagem árida
INÁCIO ARAUJO
Produção: Hong Kong Direção: Hou Hsiao-Hsien Onde: hoje, às 22h, no Cinearte 1, com legendas em inglês Tanto os referenciais históricos (Taiwan e a China, durante a Segunda Guerra Mundial ou agora) como os cinematográficos conspiram para fazer de "Bons Homens, Boas Mulheres" um filme árido. Hou Hsiao-Hsien -considerado o principal realizador asiático e líder da Nouvelle Vague de Taiwan desde os anos 80- desdobra a narrativa em três níveis. Existe primeiro Ching, uma atriz cujos diários foram roubados. O ladrão envia-lhe por fax páginas desse diário, e elas servem para a atriz rememorar seu passado. Ao mesmo tempo, Ching é atriz de um filme sobre um grupo de pessoas que sai de Taiwan, em 1940, para se juntar à resistência chinesa. Serão recebidos como espiões (Taiwan era dominada pelos japoneses, na época). A história vai até 1949, (quando Mao toma o poder), e 1950 (início da Guerra da Coréia): sempre permeada por experiências de separação e morte. A apreensão do sentido é difícil, tanto mais que Hsiao-Hsien filma "a frio", com planos longos e com frequência distantes. Sua idéia é criar um espaço no qual o espectador navegue e ache seus próprios caminhos. Para o espectador ocidental, o risco é naufragar no difícil entendimento dos referenciais, na opacidade dos assuntos tratados. Dito isso, o talento de Hsiao-Hsien e a beleza dos filmes são incontestáveis Texto Anterior: Powell é mestre do etéreo e do indizível Próximo Texto: 'Pequenos horrores' é um painel da Itália Índice |
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