São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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IBGE registra evolução lenta

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

A pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita nas regiões metropolitanas de seis capitais brasileiras -Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio, São Paulo e Porto Alegre- mostra que em agosto deste ano 47,94% da população ocupada tinham no máximo a sétima série do primeiro grau.
O trabalho mostra também que dos 16,04 milhões de pessoas que estavam trabalhando, 14,94% não tinham instrução ou tinham, no máximo, a terceira série do primeiro grau.
Na outra ponta, o número de pessoas com pós-graduação correspondia a apenas 0,16% do total.
Embora indiquem a incipiência do nível de escolaridade do trabalhador brasileiro, os dados do IBGE demonstram que tem havido uma evolução lenta em todas as capitais pesquisadas.
O principal fenômeno observado é a redução do percentual dos sem instrução ou com até a terceira série e uma concentração maior na faixa dos que têm o segundo grau completo.
Em 89, do total das pessoas que trabalhavam na região metropolitana de Recife, 9,26% eram analfabetas e 20,47% tinham o segundo grau completo. Em 95, esses percentuais passaram, respectivamente, para 7,18% e 23,59%.
Em São Paulo, o percentual de analfabetos passou de 5,47% para 3,94% e o dos que tinham o segundo grau de 14,19% para 17,93%. No Rio, os sem instrução passaram de 4,84% para 3,64%. Os que têm segundo grau saíram de 20,50% para 23,46%.
Os números mostram também que o crescimento da parcela de trabalhadores com curso superior é restrito a Rio e São Paulo. Em Belo Horizonte, o percentual de trabalhadores nessa faixa caiu mais de dois pontos entre 89 e 95, passando de 9,58% para 7,45%. O Rio tem a taxa mais elevada, 12,08% (11,79% em 89).
Também o percentual de trabalhadores com mestrado ou doutorado cai, com exceção de São Paulo, onde passou de 0,18% em 89 para 0,20%.
Em Salvador, o percentual de pós-graduados na força de trabalho ocupada caiu de 0,11% para apenas 0,02%.
Os indicadores de produção e emprego industrial do IBGE mostram que a partir de 1990 ocorreu um descolamento entre o comportamento da produção e do emprego no setor.
O gráfico feito pelos técnicos, usando 1985 como ano-base, revela que a partir de 90 o nível de emprego começa a cair de maneira acelerada e não mais se recupera, enquanto a produção cai em ritmo menor até 92 e sobe a partir de 93.

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