São Paulo, domingo, 29 de outubro de 1995
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Executivos acham palestras "interessantes"

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Os executivos não conseguem esconder uma boa dose de encantamento com as palestras.
"É uma aula de gerenciamento sem falar nada sobre o tema", define João Carlos Cabral de Barros, 49, gerente do Departamento de Sistemas de Informações da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), estatal nordestina.
Ele veio de Recife (PE) para visitar uma feira de informática e assistir a uma palestra do navegador Amir Klink no Sesc (Serviço Social do Comércio) Ipiranga.
Apesar de a palestra não ser dirigida apenas a executivos, Barros fez várias analogias com a realidade da empresa onde trabalha.
"Klink diz que prefere não trabalhar com especialistas. Seu barco foi projetado por um arquiteto, não por um engenheiro naval. É melhor", concorda.
"Os especialistas são as piores pessoas para trabalhar porque são donas da verdade. As pessoas devem estar atentas a sugestões e parcerias", defende.
Outro ponto marcante, segundo ele, é a parte em que o navegador diz que os maiores perigos não são as tempestades, mas as calmarias.
"As empresas, em período de bonança, tendem a se acomodar, e, quando o mercado se abre para investimentos estrangeiros, por exemplo, há despreparo. O Brasil estava acomodado no setor automobilístico, por exemplo."
O diretor do Banco de Boston -área de empresas- do Paraná, Luís Carlos Tourinho, 45, também acha o método interessante.
Ele organizou para gerente do banco uma palestra de Waldemar Niclevicz, em São Paulo.
"Fiquei apreensivo porque não sabia como poderia ser a reação dos outros. Mas todos gostaram, acharam interessante", conta.
Segundo Tourinho, a analogia com o dia-a-dia da empresa é mesmo imediata. "Não temos nossos Everest? Outra coisa: ele chegou antes quase ao topo, mas recuou. É um exemplo de estratégia, não um demérito."
(LPz)

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