São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 1995 |
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Verba adicional vai para obras de empreiteiras que financiaram eleição
LUCIO VAZ
O líder do PPB na Câmara, Odelmo Leão (MG), apresentou uma emenda de R$ 2 milhões para obras nas BRs-452/050/497, em Minas. Foi aprovada liberação de R$ 750 mil. A emenda especifica a pavimentação do contorno de Uberlândia. A Folha teve acesso aos registros do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) e verificou que o Lote 1-A da obra foi ganho pela construtora Araguaia Minas. O projeto do contorno é da Sondotécnica. A Araguaia Minas também tem contrato no valor de R$ 6,9 milhões para restauração da BR-050/MG, no trecho do km 0 ao 47. Falta executar o correspondente a R$ 4,4 milhões. Na campanha eleitoral de 94, a Araguaia Minas deu contribuições de R$ 48,5 mil a Odelmo Leão, na forma de bônus eleitorais. O deputado José Santana de Vasconcelos (PFL-MG) apresentou emenda no valor de R$ 4 milhões para restauração da BR-116/MG, no trecho do km 310 ao 378. A emenda foi rejeitada. Essa obra é tocada pela empreiteira Tratex. O contrato tem valor de R$ 13 milhões, mas faltam ser executados R$ 12,1 milhões. Na campanha de 94, a Tratex destinou R$ 10 mil a Vasconcelos no dia 20 de outubro, segundo foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral. O deputado Basílio Villani (PPB-PR) apresentou emenda no valor de R$ 2,7 milhões para restauração da BR-277/PR, trecho do km 405 ao 436. Foi aprovada a liberação de R$ 2,3 milhões. A construtora Redram tem contrato de R$ 5,5 milhões, assinado em 93, para realizar esta obra. Até agora, nada foi executado. Em 94, a Redram destinou R$ 10,2 mil a Villani. A maior contribuição, de CR$ 27 milhões (R$ 10 mil), foi feita no dia 30 de junho. A suplementação de verba de R$ 2,88 bilhões foi pedida pelo Executivo, na forma do projeto de lei 32/95. Os deputados e senadores apresentaram 322 emendas ao projeto. O relator Pinheiro Landim (PMDB-CE) acatou 64 emendas integralmente e 76 parcialmente. Villani afirma que suas emendas destinam recursos a obras escolhidas pelo chefe do DNER no Paraná. "Ele é uma indicação minha. Ele diz o que é prioritário", diz Villani. "Eu sei quem faz cada obra no Paraná. Mas não olho a empresa quando faço a emenda". Odelmo Leão e José Santana de Vasconcelos não foram encontrados para darem declarações. Texto Anterior: Governo prepara projeto de lei que acaba com aposentadoria especial Próximo Texto: Governo usa verba do FSE para obter voto Índice |
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