São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 1995
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Parentes apóiam programas

RONALDO SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL

Iniciar a vida sexual com uma prostituta é uma opção que, em certos casos, conta com o estímulo dos próprios parentes dos adolescentes.
A opinião é da presidente da Associação das Prostitutas do Estado do Rio de Janeiro, Eurídice Coelho Reis, 49.
Eurídice, que se dedicou à prostituição durante 18 anos e hoje cuida apenas das atividades ligadas à associação, diz que é comum adolescentes serem levados à "zona" (lugar onde se pratica a prostituição) por tios, primos ou pelo próprio pai.
"Uma vez, um médico, meu amigo, me pediu para fazer uma 'terapia sexual' com um cliente dele", diz.
Eurídice lembra que era um rapaz de 22 anos, cheio de problemas. "Arrumei uma parceira para ele. Quando viram que o problema dele era ser virgem aos 22 anos, os pais passaram a levá-lo uma vez por semana na zona."
Para o psicólogo e terapeuta sexual Sidney di Sessa, 31, é "inadequado" os pais forçarem os filhos a se iniciar sexualmente.
"Os pais devem orientar, mas a busca tem de ser do jovem. Se a pessoa não vai por vontade própria, ela vai ter uma relação no mínimo evasiva. Vai se lembrar de sua primeira relação como sendo uma coisa vazia", diz.
(RS)

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