São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 1995
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História tem violência, incesto e homossexualismo

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

"São 600 páginas de tensão, amor, ódio e inveja", afirma Carlos Nascimento Silva, autor de "A Casa da Palma" -nome da fazenda onde está centrada a trama.
Ele justifica sua estratégia para prender a atenção do leitor. "Os sentimentos humanos estão presentes. É uma história sobre a vida", diz.
Além disso, ele recorreu a outros artifícios. A linhagem feminina da família que protagoniza o romance, os Sodré, é paranormal.
Para escrever o romance, Nascimento Silva fez uma alentada pesquisa histórica. Leu uma centena de livros, listados nas primeiras páginas da obra.
Mesmo assim, ele rejeita o rótulo de romance histórico.
"A história serve como um corrimão para quem desce a escada. É a moldura de um quadro. Serve para o pintor não sair da tela e fazer um afresco", brinca.
Servindo de corrimão, ou de moldura, vários fatos da história aparecem no livro. Como a Guerra do Paraguai (1865-70), a revolta republicana em 1817, a independência (1822).
Na maior parte das vezes, a pesquisa serviu para compor tipos e estudar hábitos e atitudes. Foi assim que ele atestou que a homossexualidade entre as mulheres da época era algo frequente.
A explicação para a escritor tardio é dada com simplicidade. Teve tempo para a empreitada com a aposentadoria.
Ele afirma que o romance estava fermentando há 30 anos, desde que viajou ao nordeste e se encantou com a história do empresário Delmiro Gouvêia -pioneiro da industrialização no Brasil.
Durante vários anos guardou a idéia de desenvolver um romance sobre a vida de Delmiro Gouvêia. Mas não conseguiu autorização da família do empresário.
Resolveu fantasiar os antepassados do industrial. Acabou fazendo "A Casa da Palma", escrita entre março de 1992 e dezembro de 1993.

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