São Paulo, terça-feira, 7 de novembro de 1995 |
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Ópera comemora centenário Brasil-Japão
WILLIAM LI
Ikuma Dan parece não ter passado pelo século 20, nem mesmo por Wagner ou o impressionismo francês. Musicalmente, parece uma "Madame Butterfly" invertida. A influência de Puccini é evidente tanto na linha melódica e na harmonia quanto na orquestração. O que Ikuma Dan faz é, na contra-mão, adaptar as cancões tradicionais e folclóricas do Japão. O romântico Tchaikovski também adapta canções folclóricas russas ao sistema tonal. Pode-se notar também, a influência de Stravinsky. Mas ao ouvir "Yuzuru", temos quase certeza de que estamos ouvindo Puccini, tal é a sua influência nesta ópera. Mas Ikuma Dan não tem o domínio da orquestração e harmonia de um Puccini: ele é mais simples, poderia ser comparado à linearidade do primeiro Verdi. Além disso, todos os cantores têm formação ocidental e de seus currículos constam quase que exclusivamente óperas ocidentais. "Yuzuru" baseia-se numa antiga história japonesa sobre a gratidão de uma cegonha para com seu benfeitor, que acaba por destruí-la. Aqui acaba a parte oriental da ópera. E o tema poderia ser explorado por qualquer compositor ocidental. Texto Anterior: Espetáculo reúne cinco comédias em uma Próximo Texto: Os pasquins digitais Índice |
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