São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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'A primeira do dia é mais salgada', diz balconista

SILVANA DE FREITAS
DA ENVIADA ESPECIAL A PETROLINA

Na periferia de Petrolina, pessoas como o balconista Edmilson José Evangelista da Silva, 24, e a empregada doméstica Jusselina de Andrade Silva, 23, aderiram à terapia sem nenhuma orientação.
Ele toma a urina diariamente "para preservar a saúde" e ela quando está gripada.
"Me disseram que era bom para limpeza dos órgãos. Tomei uns quatro meses e depois parei. A primeira do dia é mais salgada. Mas agora estou recomeçando", disse Evangelista da Silva à Folha. Ainda resistente, ele a dilui em suco de tamarindo para tolerar o sabor.
Jusselina conta que morou dois anos na Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição porque também queria ser freira.
Na época, elas insistiam muito para que Jusselina tomasse urina, mas ela achava estranho.
Um dia, ela conta que estava com gripe forte e muita tosse. Começou a tomar só a urina da manhã e, hoje, sempre que fica gripada, volta a tomar. Segundo ela, o "remédio" é poderoso e eficaz.
Dinalva Ferreira Moreira, 37, voluntária da pastoral de Saúde de Mortugaba (BA), diz que já prescreveu urina para quase mil pessoas. Ela se tratou também porque tinha excesso de açúcar na urina. Teve medo que virasse diabetes, mas a taxa de açúcar voltou ao normal em três dias. "A urina cura qualquer doença", diz. "Minha filha de 4 anos também toma."

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