São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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Padre convence vidraceiro a fazer tratamento

Pastorais agem com discrição para evitar constrangimentos

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu bebo sim", disse o vidraceiro desempregado Antônio Aleixo Coelho, 53, ao padre Joseph Dillon, em um barraco na favela Vila Tereza, no Jardim Míriam (zona sul de São Paulo).
A decisão de Coelho se deu quando o padre o convenceu a tentar curar um problema nos rins com a urinoterapia. Abatido, necessitando de um transplante de rim, o desempregado aposta na terapia alternativa. "Levo fé", diz.
Coelho não tem condições de pagar o tratamento médico que seria recomendável. Ele divide um pequeno barraco com a mulher e três filhos e não tem força para sair e procurar um emprego. Sua mulher, Rosana Moura, 29, ajudou o padre a convencê-lo. "Pobre é assim mesmo", conforma-se.
O vidraceiro também utilizará, sob a orientação do padre, remédios de plantas. Vai aplicar ainda argila sobre a pele, na região correspondente aos rins.
O uso da argila é recomendado pelo padre há muito tempo. Ele pede que as pessoas ponham antes de dormir uma camada sobre a região do corpo afetada pela doença.
A principal preocupação das pastorais que recomendam a urina é evitar o constrangimento dos usuários. "Pode provocar brincadeiras dos vizinhos", disse o padre. "Administramos tudo com cuidado".

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