São Paulo, sábado, 11 de novembro de 1995
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Paulistas acordaram para o Brasileiro

JOSÉ GERALDO COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de apanhar mais que cachorro de pobre no primeiro turno, os times paulistas parecem ter finalmente acordado para o Campeonato Brasileiro.
Antes tarde do que nunca. A rodada do meio da semana foi paulista, com maiúsculas vitórias de Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Bragantino.
Os três primeiros -e mais o Guarani- continuam na disputa de uma vaga para as finais. A rodada que começa hoje é decisiva para suas pretensões.
Nenhum deles vai enfrentar moleza. O Corinthians joga com um time modificado contra o poderoso Internacional, o Guarani pega o traiçoeiro Sport e o Santos enfrenta o fraco Paraná, mas no campo do adversário. Só o Palmeiras parece estar numa situação mais cômoda, pegando, em casa, o irregular Criciúma.
Em pleno Maracanã, o Santos só precisou do primeiro tempo para arrasar o Flamengo e lançar o clube carioca numa crise profunda. O caso do Flamengo só comprova que marketing e arrogância não ganham jogo. É, sem dúvida, o melhor time do Brasil. De futevôlei.
O Palmeiras fez uma exibição de gala no segundo tempo contra o Bahia. Quando o time engrena, como na quinta-feira, é o mais imbatível do país. Parece que tem mais palmeirense em campo do que adversário. De todos os lados, aparecem camisas verdes, numa coreografia digna dos musicais da Broadway.
Dá gosto ver essa Academia renovada, arredondando a bola de pé para pé. É a prova cabal de que o futebol competitivo não precisa anular a beleza, que o conjunto não prescinde do talento individual.
A mesma lição foi dada pela seleção brasileira na bela vitória sobre a Argentina, na quarta-feira. Dessa vez, não precisou nem de gol de mão. Bastou o futebol de Aldair, André Cruz, Amaral, Juninho, Rivaldo e Donizeti.
Amaral e Rivaldo ainda fizeram "hora extra" no dia seguinte, suando a camisa alviverde e exibindo sua arte contra o Bahia. São os craques da semana, pelo amor que demonstraram ao ofício.
Tudo somado, foi uma semana de júbilo para o futebol paulista e brasileiro. Resta esperar que a festa continue neste fim-de-semana.

Deu no "Jornal do Brasil": o cineasta Murilo Salles acaba de realizar o longa-metragem "Todos os Corações do Mundo: a Paixão do Futebol". É um documentário com produção internacional sobre a Copa de 94 e as torcidas que nela ficaram ligadas em diversos cantos do mundo, da Amazônia a Paris.
Pelo retrospecto do diretor -que realizou os ótimos "Nunca Fomos Tão Felizes" e "Faca de Dois Gumes"- e pelas dimensões da produção (orçamento de US$ 8 milhões), o torcedor pode esperar o filme com água na boca.

Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a coluna de Matinas Suzuki Jr.

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