São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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Cafeteira afirma que é marketing

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Epitácio Cafeteira (MA), líder do PPB no Senado, afirmou ontem que a declaração da governadora Roseana Sarney de que vai reduzir as pensões de ex-governadores e o salário de funcionários "marajás" não passa de uma estratégia de "marketing político".
Adversário político da família Sarney no Maranhão, Cafeteira disse que a governadora Roseana teria de "pedir perdão à família toda", se cumprisse o que prometeu.
"Ela teria que pedir perdão ao pai, à avó, viúva de desembargador, perdão aos tios Alberico e Evandro, do TCE (Tribunal de Contas do Estado)", disse.
Para Cafeteira, Roseana teria de pedir também perdão "ao tio Ronaldo, do Tribunal de Contas".
"Enfim, teria de pedir perdão à família toda", afirmou o líder do PPB no Senado.
Cafeteira disse também que a redução não poderia ser feita por intermédio de projeto de lei, já que a regulamentação dos vencimentos é feita pela Constituição.
Lobão
Outro ex-governador do Maranhão e aliado da família Sarney, o senador Edison Lobão (PFL) elogiou a medida e disse que não vai se importar com a redução de sua pensão.
"A preocupação dela (governadora) é compatibilizar a legislação que existe sobre o assunto com a moderna, que estabelece um teto para os salários. Ela está correta", disse.
Para Lobão, "se existe um teto, que é o salário do presidente da República (R$ 8,5 mil), ele deve ser obedecido".
Ao ser informado que Roseana queria estabelecer como teto o seu próprio salário, de R$ 6,5 mil, Lobão não demonstrou qualquer desconforto.
"Tudo bem", disse. Perguntado se considerava alta sua pensão de R$ 9,6 mil, respondeu que não.
Sarney
O presidente do Senado, José Sarney, disse não ter nada contra a emenda apresentada por sua filha, Roseana, para limitar a pensão de ex-governadores ao valor de seu próprio salário. "Tem que começar o exemplo de casa", disse.

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