São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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TRECHOS

ASSASSINATO
"Meus pensamentos, que corriam longe, arrebentaram a linha tênue que separa o bom senso da loucura quando eu comecei a considerar a idéia de matar. Eu não tinha mais nada a perder. Tudo o que tivera havia escorrido por entre os meus dedos: mulher, filhos, meus pais, meus sonhos, minha fé, meu Deus. Tudo tinha ido."
"A única coisa que me restara era o ódio mortal pelo bispo Macedo e sua Igreja Universal."
O CULTO
"Jogávamos pesado nos programas de televisão. Quebrávamos imagens de santos católicos e, durante os cultos, queimávamos as roupas de candomblé e colares de miçangas levados pelos filhos-de-santo que se convertiam. O povo vibrava. Nós o fazíamos vibrar."
HOMOSSEXUALISMO
"Havia tido minha primeira relação sexual, com um homem, também pastor, da própria Igreja Universal do Reino de Deus. Pensei em largar tudo, pois já não me sentia mais digno de continuar pregando a palavra de Deus. A condenação do Levítico martelava diuturnamente a minha mente: 'Maldito é o homem que se deita com outro homem'."
SEXO E IGREJA
"Sexo e dinheiro eram as maiores causas de queda dos pastores. Talvez pelo fato de esses dois itens serem muito acessíveis dentro da igreja. Quase todos os pastores recebiam bilhetinhos de mulheres se declarando apaixonadas e implorando por uma tarde de amor em um motel de beira de estrada. Algumas mulheres que frequentavam a igreja viam os pastores como galãs de telenovelas que povoavam as suas fantasias. Sempre vinham a nós confessando os sonhos sexuais que tinham conosco."
"Sexo, porém, não era motivo para mandar um pastor embora. A não ser quando o adultério ganhava proporções de escândalo(...)."
RECORD
"Quando o bispo fechou a compra da Record, por UR$ 45 milhões, nós tivemos de pagar o pato. Apesar de que não havia necessidade disso, nossos salários foram cortados por três meses com a desculpa de que a igreja precisava economizar dinheiro para o investimento. Ninguém se atreveu a protestar."
DROGAS
"Na primeira vez que saí para vender drogas tremia tanto que por diversas vezes deixei cair ao chão saquinhos de maconha e cocaína, deixando à vista de quem passava o tipo de negócio em que estava metido. Outra bandeira que eu dava era quando passava um policial. O desespero de ser preso me fazia bater em retirada, correndo até não aguentar dar mais um passo."

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