São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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Explosões suicidas matam 15 no Sri Lanka

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois guerrilheiros suicidas se explodiram na capital do Sri Lanka (Ásia), Colombo. Pelo menos 59 pessoas morreram ou ficaram feridas nas explosões. Em ataques de tropas do governo, morreram pelo menos 110 rebeldes.
Segundo militares, um dos guerrilheiros penetrou cerca de dez metros no quartel-general das Forças Armadas do Sri Lanka, e o segundo explodiu a cerca de 300 metros de uma estação de trem. Seu corpo caiu sobre os trilhos.
No segundo ataque morreram pelo menos 14 pessoas, além do suicida. No primeiro só morreu o guerrilheiro. Supõe-se que ambos pertençam à etnia tâmil, que luta pela independência da península de Jaffna (norte e leste do país).
"Só há confusão com todo mundo gritando e chorando, disse uma testemunha na estação". "Há membros e partes de corpos espalhados por 50 metros. É impossível dizer quem morreu e quem ficou ferido".
O grupo de guerrilheiros Tigres para a Libertação do Eelam Tâmil ameaçou atingir Colombo quando tropas do governo se acantonaram para tomar a cidade de Jaffna.
Em outubro, houve explosões em duas instalações petrolíferas na capital, matando 24 pessoas, incluindo um tâmil suicida.
Segundo funcionários do serviço de informação, as bombas de ontem mataram pelo menos 15 civis, e 59 pessoas ao todo foram levadas ao hospital. No hospital, funcionários afirmaram que os mortos eram pelo menos nove.
No vizinho Hotel Taj Samudra, de luxo, foram disparados tiros. A polícia supunha haver três guerrilheiros no prédio. Num raio de 1 km ficam ministérios, embaixadas e a casa do presidente.
Tropas do governo retomaram sua ofensiva contra os rebeldes na península de Jaffna, matando mais de 110 rebeldes e deixando outros 100 feridos. Nos combates anteontem, morreram 31 soldados e 23 ficaram feridos, à medida que as tropas se aproximavam de Jaffna.
Segundo tâmeis, várias casas foram destruídas em ataques aéreos contra Urumpiral e Manipai, perto de Jaffna. Um grupo chamado Força Ellalan, que se acredita ser uma espécie de linha de frente dos tigres tâmeis, havia ameaçado alvos turísticos e, no ano passado, detonou bombas em dois hotéis.
Mais de 50 mil pessoas já morreram na guerra civil no país, que começou em 1983.

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