São Paulo, domingo, 12 de novembro de 1995
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o pintor 'sem estilo'

LÚCIA CRISTINA DE BARROS

Paulista, 39 anos. Família italiana, o nome não nega: Franco Cirri.
Quando precisou decidir-se por uma faculdade, optou por desenho industrial. Não terminou. Foi para a Itália, burilou técnicas. Descobriu o gesto, começou a pintar.
"Não tenho tema fixo. Minha inspiração é o cotidiano", tenta explicar. Odeia comentar a própria obra. Como para ele qualquer intervenção atrapalha, assina no verso.
O trabalho muda completamente de uma fase para outra: garantia para não se transformar "de artista em decorador". Mas há constantes: tons predominantes de azul e terra, peixes, sombras.
Na fase atual, pinta grandes lonas, que despediram moldureiros -vontade já presente em outras fases, quando o pincel extravasava os limites do quadro.
Madeira, agora, só no trabalho com móveis: um pouco brincaderia, um tanto resquício dos tempos de desenho industrial. Ou o passatempo "quando falta inspiração".
Nos planos, mudar-se para sua casa em Trancoso, antes do ano 2000.
Da próxima criação só Deus sabe. Deus, em quem acredita "cegamente" -e de quem sabe a cor: "Branca, não como raça, mas porque é a mistura de todas as cores."
L.C.B.

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