São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 1995 |
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FHC nomeia Itamar para posto na OEA em Washington
WILLIAM FRANÇA
Itamar troca de posto apenas 137 dias depois de assumir a Embaixada do Brasil em Portugal. Antes de deixar Brasília no início do mês, onde esteve para conversar com FHC, Itamar confidenciou a amigos que, na verdade, gostaria de ficar no Brasil. Pouco depois de assumir a embaixada em Lisboa, dia 2 de julho, ele havia decidido que não continuaria em Portugal. Expressou esse desejo em visita de FHC ao país. No dia 26 de outubro, o ex-presidente disse que sua permanência em Lisboa estava condicionada à presença do presidente Mário Soares, de quem é amigo pessoal, no governo. O mandato de Soares acaba em março de 96. Itamar -que só fala português- tem também uma justificativa pessoal para a mudança: sua namorada, June Drummond, 33, está morando em Washington desde setembro, onde trabalha numa escola primária como diretora. Itamaraty A reação no Itamaraty à escolha não foi das melhores. Avalia-se que a troca pode ser ruim para as relações do Brasil com o país, uma vez que Itamar limitou sua permanência ao mandato do amigo Mário Soares. Segundo diplomatas ouvidos pela Folha, a troca rápida de embaixadores em Portugal pode ser lida pelos portugueses como desprestígio ao país, hoje uma das portas de entrada para o Brasil negociar com a União Européia. Há também reação de natureza corporativa. A nomeação de Itamar tirará de Washington o embaixador Luiz Augusto Saint-Brisson de Araújo Castro, 49, considerado um excelente negociador, no cargo desde março de 94. Texto Anterior: Relator se diz favorável a estabilidade de servidores Próximo Texto: FHC se nega a comentar crítica de amigo Índice |
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