São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995 |
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Nelson Filho vem a São Paulo para ver montagem
DANIELA ROCHA
O jornalista Nelsinho, como é chamado, disse que ouviu falar muito bem desta montagem de "Perdoa-me, por isso tem curiosidade em assisti-la. "Vejo com frequência montagens de textos do velho, mas ultimamente ando muito ocupado". Ele está organizando uma série de eventos em comemoração ao tricentenário de morte de Zumbi e está viajando por Vitória e Brasília durante esta semana. Foi Marco Antônio quem o convidou para ver a peça. "Há algum tempo venho conversando com ele e fiquei de assistir à montagem". Guardião do legado deixado por Nelson Rodrigues à dramaturgia brasileira, Nelsinho critica espetáculos com cortes e adaptações dos textos do pai. "Cada peça é costurada dramaticamente com a paciência de uma tricoteira. Não gosto de colagens", afirma. Sua mãe, a viúva de Nelson, Elza Bretanha Rodrigues, que também virá a São Paulo, é outra defensora dos textos das peças. "Não aceito cacos, não aceito quem queira encenar a peça adaptando. Entre duas vírgulas do texto de Nelson há uma situação a ser respeitada", argumenta. Na semana passada, ela autorizou a montagem de "Anjo Negro" e de "Valsa nº 6" por uma companhia teatral de Paris. A assessoria para a venda dos direitos fica por conta da Sociedade Brasileira dos Diretores Teatrais. Elza Bretanha afirma que foi crítica dos textos de Nelson durante os 24 anos em que esteve casada com ele. "Principalmente as cenas de adultério. Eu dizia que não precisava tanta traição, mas ele sempre me convencia que a peça tinha que manter aquela forma". (DR) Texto Anterior: 'Perdoa-me' é Nelson Rodrigues visceral Próximo Texto: Cantora portuguesa traz o refinamento 'neurótico' Índice |
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