São Paulo, sábado, 18 de novembro de 1995
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Croácia e Sérvia aceitam manter relações

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O presidente da Croácia, Franjo Tudjman, anunciou ontem que seu país está pronto para estabelecer relações com a Sérvia. Mas só depois que um acordo de paz para a Bósnia estiver acertado.
A participação do secretário da Defesa dos EUA, William Perry, na conferência para a paz na ex-Iugoslávia, em Dayton, Ohio, região Meio-Oeste do país, pode ser um sinal de que esse acordo pode estar próximo.
O secretário de Estado Warren Christopher deixou Osaka, Japão, também com destino a Dayton. "Vou porque este é um estágio muito sensível das negociações", afirmou Christopher.
O porta-voz do presidente Bill Clinton, Mike McCurry, afirmou que Clinton "não tem planos de viajar para Dayton" neste fim-de-semana. Durante a tarde, circularam rumores em Washington nesse sentido.
McCurry também pediu "prudência" nas expectativas de que um acordo sobre a ex-Iugoslávia pudesse ser alcançado durante este fim-de-semana, como várias agências de notícias estavam divulgando na tarde de ontem.
Os dois pontos que ainda dificultam a obtenção do acordo são: o status de Sarajevo, a capital da Bósnia, e questões territoriais, em especial a reivindicação sérvia de um corredor para o mar Adriático.
Os presidentes de Sérvia, Croácia e Bósnia estão reunidos desde 1º de novembro na base de Wrigth-Patterson, da Força Aérea dos EUA, em Dayton, para tentar encontrar uma solução para a guerra na ex-Iugoslávia.
Os três países, que surgiram do desmembramento da Iugoslávia em 1991, têm estado em guerra nestes quatro anos por motivos religiosos e étnicos. Mais de 200 mil pessoas já morreram no conflito.
Os EUA se comprometeram a enviar 20 mil soldados para a região como parte de missão de paz da Organização das Nações Unidas, assim que os três líderes da região chegarem a um acordo.
A Câmara dos Representantes (deputados) tinha agendada para ontem à noite a votação de projeto de lei para proibir o envio dessas tropas sem prévia autorização do Congresso. A aprovação era tida como certa.
A Casa Branca, sede do governo dos EUA, disse que decisão desse teor do Congresso poderá atrasar o processo de paz.

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