São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Autoridades do Rio não comenta denúncias

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

As autoridades do Rio não quiseram se manifestar sobre os desaparecimentos ocorridos no Estado. O secretário de Segurança, Nilton Cerqueira, informou que tem ordens do governo para não falar.
"A orientação do Palácio Guanabara é para não falar. Notícias na imprensa têm criado mal-estar", afirmou Ayrton Baffa, assessor de imprensa do secretário.
O chefe de Polícia Civil do Rio, Hélio Luz, também não quis falar. Mas informou por meio de sua assessoria que está atento às denúncias de envolvimento de policiais nesses crimes.
Luz promete criar uma superintendência na Polícia Civil para cuidar exclusivamente das denúncias de desaparecimentos.
Em São Paulo, o secretário de Segurança, José Afonso da Silva, informou que o desaparecimento de um jovem em Santo André está sendo investigado.
Segundo Silva, oito policiais já foram indiciados por envolvimento nesse desaparecimento. A Prefeitura de Mauá (SP), responsável pelo hospital no qual sumiu João Gomes Pereira, diz que está investigando o caso.
Acusado pelas mães de Acari de ignorar as denúncias sobre os desaparecimentos de seus filhos, o governador foi procurado pela Folha na tarde de sexta-feira. Ninguém atendia o telefone.
A Folha também não encontrou o secretário de Segurança de Alagoas, José Amaral. A versão do delegado João Mendes da Silva é que os cinco presos desaparecidos no Estado fugiram com ajuda de outros assaltantes.
Também não foi encontrado na quinta e sexta-feira o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Gama Malcher. O mesmo ocorreu com o juiz Heraldo Saturnino, da 6ª Vara Criminal do Rio.
Saturnino foi responsável pela absolvição de 24 acusados da prisão e morte de Jorge Careli. O subchefe do Comando Militar do Leste, Airton Fernandes Moreira, nega que Marcos Rufino tenha sido preso pelo Exército.
(EN)

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