São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995 |
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Veja como é a intervenção
MILTON GAMEZ
Para não liquidar o Banespa, no final do ano passado, o BC impôs o Raet até que se chegue a uma solução com seu principal devedor, o governo paulista. O dono do quebrado Econômico, Ângelo Calmon de Sá, tentou obter do BC a aplicação do Raet, mas não conseguiu. No caso do Nacional, o Raet permitiu ao Unibanco comprar o banco da família Magalhães Pinto sem ter que assumir, de imediato, passivos "podres" e prejuízos que possam estar escondidos nos balanços da instituição. Normalmente, o Raet é aplicado em bancos públicos. O regime tem prazo de um ano, renovável por mais um ano. A primeira providência dos novos administradores do Nacional será instalar uma comissão de inquérito (prevista pelo Raet) para apurar responsabilidades que levaram à intervenção. Os administradores do Nacional nos últimos 12 meses ficarão com seus bens indisponíveis e poderão ser responsabilizados por operações danosas ao banco. Não se sabe ao certo se o Nacional tem problemas de ativos como o Banespa e o Econômico, que vergaram devido a empréstimos mal-feitos e até irregulares. Mas é consenso no mercado que, não fosse a intervenção no Econômico, o Nacional teria sobrevivido. "Não teria havido uma crise no Nacional se o Econômico não tivesse quebrado. É que ambos estavam marcados por sequelas do passado", comenta Roberto Teixeira da Costa, da Brasilpar. No início dos anos 80, ambos os bancos eram alvos de boatos frequentes, devido a empréstimos ruins. Um grupo de três bancos, conhecido como BEN (as duas últimas letras referentes ao Econômico e ao Nacional), ficou marcado por esses boatos. Dois deles já quebraram e o último luta por sua sobrevivência há vários meses. Texto Anterior: Unibanco fica entre os três maiores bancos Próximo Texto: Moreira Salles vence revanche após 20 anos Índice |
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