São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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NA HORA AGÁ

Abaixo, trechos de algumas das histórias relatadas em "O Homem na Hora H", com os títulos dados pela autora:

O nome da rosa
"Eu estava num bar. Ele na mesa ao lado só me olhando, até que se aproximou. Trocamos idéias e demonstrou que estava com muita vontade. Perguntou minha idade. Eu disse 22. Ele tinha um ano a mais. Depois, caminho do motel.
Ele veio firme, gostoso. Tudo rolando superlegal. Aí, lembrou que não sabia meu nome. 'Luzinete', eu sorri. Ele parou e repetiu pausadamente: 'Lu-zi-ne-te'.
Broxou na hora, senti ele murchando. Houve um bloqueio, ficou perturbado, foi uma coisa fulminante, um tiro."

A flauta mágica
"Numa festa, eu de baixo astral. (...) Então o vi. Não dava nem pra olhar. Bonito demais. Mexeu comigo, colocou uma flor no meu cabelo. (...) Me levou em casa.
No dia seguinte, cinema. No outro, jantar na casa dele, quando os beijinhos começaram na cozinha. Iniciativa minha, pois ele certamente esperaria mais tempo. Sem camisa, me atraiu muito. No quarto, hora e meia depois, me avisou que era viciado em telejornal. Viu todos. Achei esquisito.
Finalmente, cama. Mas não foi direto. Mostrou antes fotografias do filho. (...) Conseguiu, mas foi um custo."

Adoráveis mulheres
"Nos encontrávamos em festas, aeroportos, e ele dava um jeito de demonstrar sua admiração. Dizia coisas como 'eu morreria se tivesse alguma coisa com você'. Passou a me mandar flores, telefonava, e jantamos algumas vezes juntos. Mas eu estava naquela fase de não olhar homem, embora ele fosse charmoso, disponível, 38 anos.
Durante um jantar, perguntou se toparia uma boate seguida de um motel e, quando eu disse sim, um susto. Quando começaram os beijos e abraços, senti sua tremedeira, suas mãos geladas. Pedi a luz acesa, forte. Ele quis fraquinha, quase apagada. Quando foi vestir a camisinha, olhei bem, vi que estava murcho e não contive uma sonora gargalhada. Eu sou muito espontânea. Em pânico, me disse:
- Te juro, eu funciono.
- Não acredito, não acredito! - e continuei rindo."

Dormindo com o inimigo
Fui a um hotel encontrar um ex-namorado com a minha turma. E aí apareceu o Ricardo, com enormes olhos azuis. Ele logo se enturmou e saímos. Naquele primeiro dia, só papo. Ele era muito delicado e atencioso.
(...) Na frente da turma, era o macho. Dizia que eu era dele, me tocava, me beijava e me abraçava. Cheguei a me entusiasmar quando nessa noite alugou um apartamento de hotel. Tentou três vezes.
- O que é que você tem?
Falou do excesso de trabalho e de problemas financeiros. Muito vagamente. Eu fui embora.
(...) Três meses depois, eu fiquei arrasada. Ele tinha sido visto numa boate gay em Goiânia, acompanhado."

Trechos de "O Homem na Hora H", de Leda Flora (L&PM)

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