São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995
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Trabalho em casa é tema de feira italiana

MARIA HELENA ESTRADA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A tecnologia foi o destaque na Exposição Bienal Internacional de Móveis para Escritório (EIMU), realizada em setembro em Milão.
O concurso "Office Design Competition", destinado a projetistas jovens, teve como tema "o projeto de um mobiliário para o trabalho em casa".
As propostas apresentadas deixam ainda transparecer muitas dúvidas sobre essa nova realidade.
Dentre os cenários montados na exposição italiana, destacou-se o da "dealing room", sala para atuação no mercado financeiro.
Essas salas -centro nevrálgico de um sistema planetário de informação- devem funcionar 24 horas por dia, sem limite de espaço ou tempo, em um fluxo constante de informações cruzadas.
Áreas sofisticadas e bem protegidas, é lá que operam os sistemas das Bolsas de Valores, das estratégias financeiras internacionais, onde se desenvolvem os cálculos de risco, previsões e oportunidades.
São atividades que se realizam em um contexto virtual -terminais visíveis de uma complexa rede mundial invisível- e que exigem sofisticados instrumentos telemáticos.
A "dealing room" deve oferecer qualidade, integração tecnológica e toda a segurança necessária. Sua natureza virtual deriva da interatividade de cada sala com as demais, onde quer que se encontrem.
Para essas salas, que hoje nos parecem cenários de ficção científica, a EIMU apresentou as "dealing desks", longas superfícies de trabalho que são a interface física e ergonômica entre operadores e sistemas. Permitem conexão em sistema de teleconferência com mercados de todo o mundo através de videoterminais e sistemas de projeção de alta definição.
Outro tema discutido no evento foi a desmaterialização e abstração formal dos objetos, realidade que toma corpo no fim do século.
A informática, com sua tendência à miniaturização, torna quase desnecessário o "corpo" dos objetos, que podem se reduzir a pequeníssimos elementos.
Um aparelho de fax, por exemplo, não precisa ser maior que um porta-retratos. Grandes escrivaninhas e gaveteiros são desnecessários em um mundo sem papéis.

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