São Paulo, domingo, 19 de novembro de 1995 |
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100 pecados de verão 67) levar o bebê de embrulho Para quem não tem um ano de vida, são só dez minutos de praia por dia, e no início da manhã. Na volta, banho quase frio, hidratante e roupa leve. Na fase de amamentação, ofereça o peito mis do que o costume. 68) aplaudir a farofa dos fofos Seu filhinho esfarela aqueles horríveis salgadinhos amarelos pelo solário do clube. Depois, dá mergulho-bomba, respinga água na peruca da perua e ensopa a metade das toalhas estendidas. Vai achando graça, vai. Um dia as águas ficam turvas. 69) fazer xixi na piscina Aproveite a temporada para dar ao júnior noções de higiene, vida em grupo, ecologia. Se 28% dos americanos adultos confessaram fazer xixi na piscina (dado do livro "Are You Normal?, de Bernice Kanner, editora St. Martin's Press, sem tradução), imagine se a estatística fosse feita no Brasil, entre crianças. 70) dar mole para os fungos Fungos adoram piscina. E causam micoses: manchas brancas, escamações nos vãos dos dedos e na planta dos pés, problemas nas unhas. Em piscina, só ande calçado, nunca deite direto no chão úmido, tome ducha depois do mergulho. E seque bem os dedos dos pés. 71) entrar na piscina lambuzado de óleo Não contribua para a formação daquela crosta nojenta de lodo. A ducha antes da piscina é uma evidência de que você pertence ao clube dos civilizados. 72) mudar apenas o endereço Não construa na areia sua própria Franz Schubert ou seu mini-Itaim. Vá onde os "locais vão. No litoral norte paulista, por exemplo, vale a pena fazer uma refeição (R$ 10) no bar Caiçara, na Barra do Saí. Ou frequentar um galpão sem nome, no extremo esquerdo de Juqueí, nos domingos à noite. É de graça, tem música boa e recebe todos os "locais, mais aqueles que resolveram esticar o fim-de-semana. A medida pode ser até econômica. Em Maresias, o Sirena, bar dos donos do Cabral e do Narciso e com os mesmos mauricinhos habituês, cobra R$ 50 (homens) e R$ 40 (mulheres) só de entrada. E, pasme, já está lotando. 73) ir à praia de todos os anos Congestionamento de guarda-sóis no Guarujá? Trânsito de rua Augusta em Maresias? Tente, só para variar, um lugar diferente e acessível ao bolso. Uma boa opção pode ser o paradisíaco Delta do Parnaíba, no Piauí. Dá para pegar o avião na sexta à noite e voltar na segunda de manhã. E contar vantagem para os amigos (o lugar é semivirgem e barato). 74) ouvir FM de São Paulo Se você consegue descer a serra inteira ouvindo o bate-estaca (ou, pior, o samba-brega) das rádios paulistanas, tudo bem. Se não, prepare com antecedência a fita dos seus sonhos (ou escolha seus melhores dez CDs, dependendo do aparelho que você tem no carro). Pega bem. 75) aderir à farofada high-tech Você já viu essa cena: as vítimas da tecnologia com água pelos joelhos tentando falar no celular (a explicação: perto do morro, ou seja, na areia, o aparelho não funciona; a solução é entrar no mar). Convenhamos: na praia, nada é tão urgente que não possa ser resolvido 15 minutos depois 76) nadar em águas poluídas A Folha pubica diariamente na página "Atmosfera" uma lista fornecida pela Cetesb com a qualidade dass praias do Estado de São Paulo. Leia antes de viajar. 77) esbanjar o que é de todos Desperdiçar água é o cúmulo. Todo ano tem racionamento, rodízio, você sabe. Lavar muito o carro pode ser sinal de neurose, sabia? 77 olhar para a mulher (homem) do lado Cafas e coquetes sazonais, controlem o pescoção. É cafona ir à praia acompanhado (a) e ficar conferindo outras silhuetas. Ciúme é coisa séria. Seja discreto e conserve os dentes. 79) fazer da praia um motel O amor é lindo, o malho-milanesa não. Atrai inveja e ira. Preserve sua privacidade. Ou cobre pelo show. 80) deixar lixo na areia Leve um saco plástico para guardar os restos do festival de consumo. Não vale deixar o saco cheio lá. Texto Anterior: 100 pecados de verão Próximo Texto: 100 pecados de verão Índice |
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