São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Rebelião em presídio feminino acaba sem feridos após 32 horas

DA FOLHA VALE

Uma rebelião que durou 32 horas, no presídio feminino de Tremembé (135 km a nordeste de SP), terminou ontem por volta de 20h. O presídio é considerado de segurança máxima.
O motim acabou após negociação entre o secretário de Administração Penitenciária do Estado, João Benedito de Azevedo Marques, e um grupo de 20 presas que estavam amotinadas. Ninguém ficou ferido.
As presas mantiveram a agente penitenciária Silvana de Carvalho, 23, como refém. Silvana sofre de problemas cardíacos.
Marques afirmou que não houve necessidade de intervenção da PM. "Eu mesmo negociei a liberação da refém e o fim da rebelião. Abri pessoalmente a cela onde estavam as detentas, depois de garantir que nada aconteceria a elas."
As detentas reivindicavam retorno para São Paulo, de onde haviam sido transferidas este mês.
Marques disse que por enquanto nenhuma detenta será transferida. Segundo ele, durante a semana um representante do Judiciário irá a Tremembé analisar as transferências caso a caso. O secretário disse que não há vagas no presídio feminino da capital.
Depois de ser liberada, Silvana de Carvalho foi levada para o hospital da cidade, onde passou por uma avaliação médica. Ela permaneceu cerca de 30 minutos no hospital e depois foi liberada.
"Ela foi bem tratada pela detentas e passa bem", disse Marques.
"Me senti ameaçada quando uma presa colocou uma faca no meu pescoço e quando uma outra passou sangue no meu rosto e disse que estava contaminado pelo vírus da Aids", disse Silvana.
Silvana afirmou que pediu licença do cargo e que não pretende voltar a trabalhar na penitenciária.

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