São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Crise teve várias causas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A perda dos lucros com a inflação não é o único motivo da crise vivida pelo setor bancário. Desde o início do Plano Real, o governo usou critérios contraditórios para intervir em bancos, provocou inadimplência com a política de juros e editou com atraso medidas de socorro.
Os primeiros sinais de que os bancos passavam por dificuldades eram visíveis em julho de 94, primeiro mês do Real -o banco Sterling deixou o mercado e o Hércules foi liquidado.
Já nessa época, a área técnica do Banco Central tinha concluído um projeto que dava mais poderes para intervir em bancos e afastar seus controladores -as mesmas regras só foram editadas 16 meses depois.
No último dia útil de 94, foi decretado o regime de administração especial temporária no Banespa e no Banerj. Quebrados, os bancos foram mantidos abertos.
A justificativa do BC era de que se tratavam de duas instituições de grande porte, cuja quebra abalaria o sistema financeiro.
Quando o Econômico teve suas portas fechadas, investidores iniciaram um movimento de retirada de dinheiro de bancos privados para instituições públicas como o Banco do Brasil.
Até hoje o governo não tomou providências para moralizar os balanços de bancos. Nacional, Econômico, Banespa e Banerj, entre outros bancos sob intervenção, apresentavam lucros em seus balanços.

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