São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Rio deixa de sediar grandes bancos privados

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Com a venda das agências do Nacional para o Unibanco, o Rio passa a não sediar mais nenhum dos grandes bancos privados do país.
Para a presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Fernanda Carízio, isso gera preocupações com o que poderia ser um esvaziamento econômico do Estado.
Ela estava ontem tentando marcar para hoje uma reunião com os responsáveis pelo departamento de recursos humanos do Unibanco, para saber como fica a situação dos cerca de 4.000 empregados do Nacional no Estado. Eles farão assembléia amanhã.
Mas, para o presidente do Sindicato dos Bancos do Rio, Theophilo de Azeredo Santos, não há nenhum esvaziamento econômico do Estado em decorrência do fato de o Unibanco, que comprou o Nacional, ter sede em São Paulo.
Para Santos, a globalização das operações acabou com a importância da sede. "O Unibanco já tem uma enorme presença no Rio e certamente vai continuar". O Unibanco transferiu sua sede do Rio para São Paulo na década de 80.
Para Santos, mais importante que a sede é o volume de operações na região. Segundo ele, os bancos Real e Itaú, que não são do Rio, estão em forte processo de expansão de atividades no Estado.
Dornelles
Para o economista e deputado federal Francisco Dornelles (PFL-RJ), embora seja um fato que o Rio sofreu um processo de esvaziamento nos últimos 12 anos, esse processo já está sendo revertido e a venda do Nacional para o Unibanco não deve atrapalhar essa recuperação.
Dornelles disse que, além de o mais importante ser o volume de operações no Estado, "o coração do Unibanco está no Rio".
Esse coração seria Walther Moreira Salles, principal acionista do Unibanco, que é mineiro, mas mora no Rio de Janeiro.
Também o secretário de Indústria, Comércio e Turismo do Estado do Rio, Ronaldo Cezar Coelho, discorda de que a venda do Nacional possa esvaziar a economia fluminense.
"A sede de um banco hoje é uma ficção", disse. Para ele, os bancos se tornaram organismos nacionais, integrados por computadores, que estão onde houver bons negócios a fazer.

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