São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Fusões na França seguem critério político

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

As fusões entre bancos na França são reguladas pela lei que estipula as regras de compra e venda no mercado mobiliário nas Bolsas de Valores francesas -uma lei de 1989 regula as ofertas públicas de compra.
Nenhuma intervenção estatal pode ocorrer nas transações entre sociedades privadas.
No entanto, como até o começo dos anos 90 a maioria dos grandes bancos franceses era de propriedade estatal, há forte intervenção política nas tentativas de grandes fusões.
Em meados deste ano, uma tentativa de fusão entre a União de Seguradoras de Paris (a maior do país), a Companhia Financeira Suez e o Banco Nacional de Paris (BNP, o terceiro do ranking francês), de iniciativa deste último, foi "desaconselhada" pelo governo.
Segundo o BNP, a operação visava criar um grande banco, capitalizado, capaz de concorrer com os grandes bancos mundiais. O governo disse publicamente que não podia se pronunciar nem intervir "em uma operação que diz respeito a grupos privados".
O governo de Alain Juppé, no entanto, teria considerado que a formação deste conglomerado, o maior da França, "arranharia a imagem das privatizações, que pareceriam favorecer a criação de monopólios". As três empresas eram estatais até 1993.
O governo considerou também que a fusão levaria a níveis ainda piores as cotações da Bolsa de Paris, o que prejudicaria o programa de privatizações franceses.

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