São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995 |
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Em três anos, fusões reduzirão os dez grandes bancos a apenas cinco
RODNEY VERGILI
A previsão é de Erivelto Rodrigues, diretor da consultoria Austin Asis, tomando por hipótese a continuidade da estabilização econômica e baixas taxas de inflação. O número de instituições do sistema financeiro deve diminuir no mesmo período dos 246 atuais para um intervalo entre 170 e 180 bancos, segundo ele. Os bancos perderam a receita que tinham com a inflação, por meio da aplicação do dinheiro deixado, por exemplo, em conta corrente. O aumento da inadimplência (atraso nos pagamentos) dos tomadores de empréstimo complicou ainda mais a situação dos bancos. O momento atual é de corte nos gastos. A compra ou fusão com outra instituição financeira é uma das formas de ganhar mercado e reduzir despesas, segundo Erivelto Rodrigues. Para ele, alguns bancos devem buscar sua formação de origem, tornando-se distribuidoras e corretoras. Para o ex-ministro Mailson da Nóbrega, a tendência de fusões e aquisições no sistema financeiro é "inexorável". Vai acontecer com ou sem incentivos do governo, em função da queda nas taxas inflacionárias e da competição em tecnologia e sofisticação. A tendência é os bancos de varejo se concentrarem em apenas dez grandes instituições com poder de investimento em transferência eletrônica de dinheiro e tecnologia de banco em casa, diz. Os bancos de varejo serão "em número pequeno", pois terão de ter a capacidade de investir em propaganda, tecnologia e talentos, diz Mailson. Segundo ele, os bancos de investimento terão importância crescente no mercado financeiro em função do "agigantamento" dos investidores institucionais (como fundos de pensão e seguradoras). O mercado de capitais (ações, debêntures etc.) deverá tomar a dianteira do crescimento do setor financeiro, enquanto a área de crédito deve perder importância. Texto Anterior: Tendência de união é mundial Próximo Texto: Oficiais não resistem, diz Mailson Índice |
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