São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Oficiais não resistem, diz Mailson

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os bancos oficiais não têm como sobreviver em um ambiente como o atual de ajuste do sistema financeiro a um período de baixas taxas de inflação, elevada competição e necessidade de pesados investimentos em tecnologia. A afirmação é do vice-presidente do Banco BMC e ex-ministro Mailson da Nobrega.
Para ele, os bancos oficiais não têm flexibilidade, velocidade de decisão e continuidade administrativa. São bancos fadados a serem liquidados ou privatizados, diz.
Para ele, o único banco oficial com espaço para sobreviver é o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Os bancos estaduais com vocação social terão que ser ligados ao BNDES, mas sem o elevado número de agências, milhares de funcionários e funções de bancos comerciais como os atuais.
Os bancos oficiais não sobrevivem a um período de estabilização econômica e baixas taxas de inflação como as atuais, afirma.
Ele diz que a solução de compra do Nacional pelo Unibanco foi positiva para o mercado e para a economia, pois reduziu de forma substancial o ambiente de tensão que vinha se formando no mercado financeiro nas últimas duas semanas.
A compra evitou que se detonasse uma crise bancária com riscos para a estabilidade da economia e para o Plano Real.
Segundo o ex-ministro, a solução encontrada é inédita na América Latina, pois conseguiu preservar os interesses dos depositantes e cobrou dos controladores o custo do fracasso.

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