São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995 |
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Empresas de courier investem no país
OSCAR PILAGALLO
As duas maiores empresas de serviço de courier que operam no Brasil planejam expandir os negócios com a mesma velocidade com que fazem as entregas expressas. A DHL e a Federal Express -ambas multinacionais dos EUA- estão reforçando os investimentos no país numa corrida pela liderança. Para mantê-la, no caso da DHL, ou conquistá-la, no caso da Fedex. As empresas correspondem por quase 90% do mercado. O interesse pelo tipo de serviço que essas empresas oferecem está refletido no forte e consistente crescimento das vendas. Mesmo a projeção mais conservadora indica expansão anual do faturamento de 25% a 30%, o que é pelo menos cinco vezes maior do que a mais otimista previsão de aumento do PIB (Produto Interno Bruto, que é toda a riqueza gerada pelo país). O desempenho invejável não ocorre por acaso. Ele é consequência direta das transformações da economia, que se acentuaram desde o início dos anos 90. "Devíamos fazer um busto do Collor", diz Paulo Portes, executivo da Fedex na América do Sul. A homenagem se justificaria por ter sido o ex-presidente o maior responsável pela abertura da economia, pedra fundamental de uma atividade que tem no comércio internacional seu principal filão. O sinal mais claro de que a Fedex está dando prioridade ao mercado brasileiro -que estima ser da ordem de US$ 250 milhões por ano- é a mudança do status do país em seu organograma. A partir de janeiro, o Brasil deixa de fazer parte do bloco da América do Sul e ganha presidência independente. O resultado dessa alteração é que, com um investimento de até US$ 5 milhões, a empresa deverá dobrar de tamanho em três anos. Com frota própria, hoje a Fedex usa um avião DC-10 para levar e trazer do exterior pacotes e documentos. Em outubro de 96, entra em operação um MD-11, de maior capacidade, que no ano seguinte será substituído por dois DC-10. Em terra, a Fedex também cresce. Até dezembro de 97, dobra o número de escritórios com cinco inaugurações: em Curitiba, Belo Horizonte, Blumenau, Vitória e Brasília. A DHL não planeja ficar parada assistindo à expansão de sua principal concorrente. Com cerca de metade do mercado brasileiro de entregas rápidas, a DHL tem expectativa de crescer 30% no próximo ano, depoir de ver seu faturamento aumentar a um ritmo ainda maior nos últimos dois anos. A empresa tem planos de construir um centro de distribuição de pacotes e documentos no aeroporto internacional do Rio, que deve consumir cerca de US$ 1 milhão. A DHL quer também ampliar os serviços, não se limitando a fazer entregas. "O objetivo é terceirizar o manejo dos estoques de nossos clientes", diz Antonio Wrobleski, diretor comercial da DHL. Texto Anterior: Consumo de congelados deve triplicar em 5 anos Próximo Texto: Segmentação atinge mercado de café Índice |
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