São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 1995
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Israel fará ofensiva contra judeus radicais

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo de Israel anunciou ontem uma ofensiva contra grupos radicais judeus. Entre as medidas que serão adotadas estão proibir organizações extremistas, acelerar os processos contra os membros já presos e impedir a entrada de simpatizantes desses grupos que vêm do exterior.
Como Yigal Amir, 25, assassino confesso do primeiro-ministro Yitzhak Rabin, os grupos são contrários a acordos de paz com árabes e à devolução de terras para os palestinos.
Também ontem, a comissão estatal que vai apurar as falhas de segurança na morte de Rabin começou a funcionar.
Seis integrantes do Shin Bet (o serviço de segurança doméstico) prestaram depoimento em Jerusalém, entre eles um que renunciou e dois que foram afastados por causa das falhas de segurança que levaram à morte de Rabin.
A expectativa é de que a investigação leve vários meses. O premiê interino Shimon Peres determinou que ela se concentre no assassinato, excluindo a questão do fracasso do governo em ter informações e conter os radicais judeus.
Rabin foi morto com dois tiros, disparados a cerca de 30 cm de suas costas pelo estudante de direito Amir. Não havia nenhum agente protegendo as costas do premiê na hora do atentado.
A esperança do governo é conter a crise envolvendo os serviços de segurança com a ofensiva anunciada ontem. Um comitê de integrantes do Ministério da Justiça será responsável por detalhar as medidas.
"É a coisa certa a fazer, na hora certa. Só lamentamos o fato de o governo não ter feito algumas dessas coisas antes", disse o ministro do Interior, Ehud Barak, após a reunião do gabinete.
Dois dos principais agrupamentos de radicais judeus, o Kach e o Kahane Vive, estão oficialmente na clandestinidade, mas ainda operam e contam com apoio de judeus nos EUA.
A crise aumentou ainda mais após a imprensa israelense noticiar que um dos oito detidos como suspeitos da morte de Rabin seria, na verdade, um agente do Shin Bet que não teria descoberto os planos do atentado.
Avishai Raviv, tido como líder do grupo extremista Eyal (Organização Judaica Nacional), foi o único dos oito presos colocado em prisão domiciliar.
"Não há confirmação do Shin Bet sobre isso e, até onde sei, ele nega inteiramente", disse o ministro da Polícia, Moshe Shahal.

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