São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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FHC quer investigação 'doa a quem doer'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, disse ontem que o governo "está pronto a realizar qualquer investigação, doa a quem doer" para saber se houve tráfico de Influências envolvendo o Sivam.
Amaral disse que FHC determinou ainda ao ministro da Justiça, Nelson Jobim, que investigue também a responsabilidade pela operação da escuta telefônica e pelo vazamento da informação.
FHC estaria ainda disposto a rever todo o projeto se houver falha grave ou uma alternativa melhor de proteção à Amazônia.
"Se esse projeto tiver alguma falha grave ou se for apresentado ao governo alguma alternativa melhor do que o Sivam, o governo pode considerar", disse Amaral.
Amaral afirmou, no entanto, que o governo não crê em alternativas. A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) divulgou documento ontem em que diz que as alternativas apresentadas pelo relator Gilberto Miranda (leia reportagem à página 1-4) "fracassam no atendimento à maioria dos objetivos primários do programa".
Surpresa
Amaral disse que FHC recebeu com "grande surpresa" o parecer do relator Gilberto Mirada (PMDB-AM), que pede a anulação do contrato com a empresa norte-americana Raytheon para implantação do Sivam.
O senador teria sugerido a FHC a não só a execução do projeto e a manutenção da Raytheon como também que essa empresa se encarregasse da totalidade do projeto, assumindo tarefas da Esca, afastada no início do ano.
Em resposta, Miranda divulgou cópia de uma carta que teria sido entregue a FHC onde sugere o cancelamento do projeto.
Na carta, diz Miranda: "O contrato extrapola e afronta os termos dispostos na resolução do Senado. Os valores ali mencionados estão bem acima daqueles estritamente nominados nas resoluções".
No fim, diz a carta: "Ou se corrige tudo e adequadamente, ou se cancela tudo, inclusive as resoluções vigentes".
O senador disse que falou a FHC no dia 16 de agosto sobre a provável demora na votação do projeto: "Vai demorar pelo menos seis meses. É bom para o senhor. Eu vou ouvir todo mundo".

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