São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995 |
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Líderes pedem explicações a Jobim
DENISE MADUEÑO; GUILHERME EVELIN
Em café da manhã ontem, o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou aos líderes governistas na Câmara que mandou abrir um inquérito administrativo para apurar a escuta telefônica nos números de seu ex-assessor direto Júlio César Gomes dos Santos. "Vamos esperar a investigação que o Executivo fará. A PF grampeia o telefone, e a nação assiste ao fato estupefata", disse o líder do PMDB, Michel Temer (SP). O líder do PSDB, José Aníbal (SP), disse que o presidente já tomou as medidas necessárias para apurar o grampo telefônico. Ele disse que há uma preocupação de todos os líderes governistas com a escuta telefônica, no momento em que o Congresso discute propostas de quebra de sigilo bancário e fiscal. "Tem que se dar garantias aos cidadãos", afirmou. Na Câmara, análises de deputados consideram que a escuta telefônica terá efeitos negativos para o presidente. Para esses deputados, qualquer hipótese para explicar o "grampo" é ruim para FHC. Se o presidente suspeitava de tráfico de influência de um assessor próximo, deveria demiti-lo, e não participar de uma escuta desastrada. Caso não sabia do 'grampo', o presidente mostrou que não tem controle sobre grupos dentro do próprio governo, segundo os parlamentares. "Se o presidente sabia da escuta, foi irregular, porque na primeira semana a polícia já sabia que não havia envolvimento com narcotráfico. Se não sabia, há um Estado paralelo funcionando debaixo de sua mesa", disse o deputado José Genoino (PT-SP). Para ele, o ministro Jobim deveria demitir o diretor da PF, Vicente Chelotti. (Denise Madueño e Guilherme Evelin) Texto Anterior: FHC quer investigação 'doa a quem doer' Próximo Texto: Embaixador se defende e faz acusações à PF Índice |
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