São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Tuma vê segurança em risco

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Romeu Tuma (sem partido-SP), que foi diretor da PF (Polícia Federal) entre 1985 e 1992, disse ontem que o grampeamento do telefone do ex-chefe do cerimonial do Planalto, Júlio César Gomes dos Santos, mostra que a segurança nacional e o governo estão em "risco permanente".
Segundo Tuma, o telefone do presidente Fernando Henrique Cardoso foi "indiretamente" grampeado pela PF, já que Santos era seu assessor direto.
"A PF deve ter também gravado conversas do presidente da República com o embaixador, e isso é muito grave", afirmou Tuma.
A partir de sua experiência pessoal, o senador afirma que a PF "não assumiria sozinha" o risco de instalar escuta telefônica para controlar um assessor tão próximo ao presidente por causa de uma denúncia anônima.
"Duvido que a PF tenha feito uma coisa dessas, que é quebra de um direito constitucional, apenas por um telefonema anônimo. Isso não aconteceu", disse.
Tuma acha que a PF recebeu "ordens superiores". Ele não descarta que FHC as tenha dado.
"Mas, se ele não sabia de nada, então minha preocupação é com a segurança nacional. Houve falta de lealdade para com o governo."

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