São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Começa a caminhada de 100 km no Pontal

Ato defende a reforma agrária

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) iniciou ontem caminhada de 100 km pela reforma agrária no Pontal do Paranapanema, região extremo oeste de São Paulo.
Os sem-terra saíram do acampamento na rodovia que liga Teodoro Sampaio a Sandovalina (640 km a oeste de São Paulo).
Cerca de 1.500 sem-terra participam da caminhada, que ontem chegou no final da tarde a Sandovalina. Um ato público ocorreria à noite na cidade.
Os sem-terra pretendiam dormir no centro comunitário da igreja Católica do município. Hoje, o destino é o município de Tarabaí.
O assessor de imprensa da Prefeitura de Presidente Prudente, Leopoldo Oberst, disse que a caminhada dos sem-terra "é um desafio velado à elite de Prudente, formada por fazendeiros, que é contra a invasão de terras".
A Agência Folha não conseguiu ontem falar com o porta-voz do Sindicato Rural de Presidente Prudente, Célio Romero. Ele não retornou telefonemas ao seu escritório e ao seu celular.
Segundo Décio Sena, secretário do sindicato, apenas Romero poderia falar sobre o assunto.
A caminhada dos sem-terra teve ontem os desfalques de Diolinda Alves de Souza e Márcio Barreto.
Eles viajaram para São Paulo, onde iriam participar, na noite de ontem, de sessão na Câmara Municipal de São Paulo.
José Rainha Jr., maior liderança do MST na região do Pontal do Paranapanema, liderou ontem o primeiro dia de caminhada.
O fim da passeata está previsto para as 18h desta sexta-feira, com um ato público no centro de Presidente Prudente.
Entidades de apoio ao MST tentavam ontem confirmar a presença de lideranças sindicais e do PT na manifestação.
No próximo dia 27 será a vez de os fazendeiros organizarem sua manifestação.
O Sindicato Rural de Presidente Prudente está coordenando o "Manifesto Ordem e Progresso", contra as invasões de fazendas da região do Pontal do Paranapanema.

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