São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Invasores de reflorestamento de SP decidem manter a ocupação

O líder Gilmar Mauro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

Os sem-terra que invadiram anteontem a fazenda Núcleo Colonial Monzon, em Iaras (318 km a oeste de SP), decidiram ontem à tarde manter a ocupação.
A decisão foi tomada em assembléia que teve a presença de Gilmar Mauro, da direção nacional do MST.
Ao lado de José Rainha Jr., Mauro é uma das principais lideranças dos sem-terra no Pontal do Paranapanema, principal foco de conflitos de São Paulo.
Durante a assembléia, os sem-terra prestaram homenagem ao líder negro Zumbi, morto há 300 anos.
Na homenagem, eles levantaram para o alto enxadas e foices. Esse gesto é considerado entre os sem-terra como o da determinação de "manter a luta".
O sem-terras afirmam que cem famílias (400 pessoas) ocuparam a fazenda, que pertence ao governo federal e é um reflorestamento de pinus.
A Polícia Militar avalia que o número de invasores seria de cerca de cem pessoas, segundo o sargento Ariovaldo Pagliato.
O Instituto Florestal, responsável pela propriedade, afirma que mais de 200 sem-terra invadiram a fazenda.
O responsável pela fazenda é Adauto Fiorucci, 50, funcionário da Secretaria do Meio Ambiente do Estado.
Segundo ele, essa fazenda está cedida à Secretaria Estadual do Meio Ambiente desde 1960.
"Usamos o local em um reflorestamento. As terras servem somente para esse fim. Para cultivo de alimentos não presta, é muito arenosa", declarou Fiorucci.
Ele nega que a propriedade esteja sendo explorada por empresas particulares, como afirmam os sem-terra. "O MST deve estar se confundindo", afirmou.

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