São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Materialismo, até certo ponto

Com a formação de cientista e de socialista, o deputado Sérgio Arouca, do PPS do Rio, sempre procurou ficar à vontade num ambiente de convicções materialistas. Vez por outra, no entanto, usa no pulso fitinhas do Senhor do Bomfim, mesmo sendo paulista de nascimento e carioca de adoção.
Mas seu afastamento do materialismo nunca passou disto. Arouca fazia questão, por exemplo, de minimizar as preocupações de alguns assessores, igualmente socialistas, que ficavam intrigados com a morte de qualquer planta que fosse colocada em seu gabinete, em Brasília.
Certo dia, após o gabinete ser visitado por uma pessoa "esquisita", conforme relatou um auxiliar ao deputado, uma bela azaléia cultivada com carinho pela equipe de Arouca murchou rapidamente.
Arouca entregou os pontos: agora, em seu gabinete, convivem ao lado das azaléias e das violetas as arrudas e as comigo-ninguém-pode, tidas como eficientes contra o mau-olhado.
E, uma vez por semana, os funcionários defumam o gabinete.

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