São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Boxe verbal opõe senadores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os desentendimentos entre os senadores Gilberto Miranda (PMDB-AM) e Eduardo Suplicy (SP), líder do PT, esquentaram ontem. Em plenário, o petista lembrou seu passado de pugilista e desafiou Miranda a explicar seu patrimônio.
Suplicy relatou uma luta em que levou o adversário a nocaute e acrescentou: "Jamais usei da minha capacidade atlética de pugilista na vida parlamentar. Gosto de uma luta de boxe, mas no ringue e com regras."
O petista disse que os empresários brasileiros deveriam assistir à palestra de Miranda para aprender a fazer fortuna rapidamente.
"Não vou ensinar vossa excelência a ganhar dinheiro, até porque vossa excelência está muito velho", respondeu Miranda.
O bate-boca começou pela manhã, na reunião da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos). Miranda disse que apresentaria queixa-crime contra o colega, no STF (Supremo Tribunal Federal), por ter levantado suspeitas de que ele havia recebido propina para apressar a tramitação do projeto Sivam.
Miranda disse que o petista tinha de explicar o caso Lubeca -suspeita de favorecimento a empresa na gestão da ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PT).
Suplicy chegou a dar três murros na mesa. Afirmou que nunca havia feito denúncias contra Miranda, mas levantado hipóteses.
O petista disse que não teve nada a ver com a Lubeca. Inocentou também a ex-prefeita e cobrou do relator sua mudança de posição.
No seu primeiro relatório sobre o Sivam, aprovado pelo Senado em dezembro do ano passado, Miranda havia sido favorável à autorização para que o governo concedesse o empréstimo. Ontem, foi contra.
Após a reunião, em entrevista, o relator chamou Suplicy de "mongo", usando a palavra como contração de "mongolóide".

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