São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Comissão convoca Júlio César e Assumpção

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) decidiu ontem convocar o ex-chefe do cerimonial do Palácio do Planalto, embaixador Júlio César Gomes dos Santos, e o representante da Raytheon no Brasil, José Afonso Assumpção, para depor sobre o caso Sivam.
O líder do governo, Élcio Álvares (PFL-ES), propôs que a comissão tivesse também acesso à íntegra do processo. "O governo não é contra a investigação. Ao contrário, quer os esclarecimentos totais. Somos contra a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) porque ela paralisaria o país, mas não contra a investigação", disse.
A data dos depoimentos será marcada depois que a CAE receber da Polícia Federal a transcrição das conversas gravadas entre Santos e Assumpção e a íntegra do processo que resultou na escuta.
Os dois requerimentos foram apresentados pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Miranda afirma que Santos e Assumpção não serão ouvidos antes de um mês. Suplicy espera ouvi-los já na próxima semana.
A reunião da CAE foi tensa desde o início. Primeiro, os senadores questionaram a mudança da pauta, feita na noite anterior por Miranda, para incluir o Sivam.
"Isto é uma esculhambação. Esta comissão não pode ter dono. A pauta não pode ser mudada de madrugada, sem que o plenário seja ouvido", afirmou o vice-líder do governo, Vilson Kleinubing (PFL-SC).
"A mudança da pauta é anti-regimental. É um arbítrio. Exijo respeito ao regimento", disse Esperidião Amin (PPB-SC).
A sessão teve um momento de descontração. Suplicy defendeu que o Senado pagasse as despesas de viagem de Miranda aos EUA e Russia. Nervoso, porém, pediu para que fosse paga a "comissão".
O senador Osmar Dias (PSDB-PR) provocou risos: "Vamos deixar claro que o que deve ser pago é a viagem e não a comissão".

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