São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995 |
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Planalto consegue evitar CPI sobre Sivam
DENISE MADUEÑO; GUILHERME EVELIN
Depois de dois encontros com o presidente, anteontem à noite e ontem, o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), que defendia a CPI, voltou atrás. Desde ontem, as lideranças do PFL, PSDB, PMDB e PTB estão pedindo aos deputados dos partidos que não assinem o requerimento de CPI do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). A orientação dificultou o trabalho da oposição. Até as 19h30, Chinaglia tinha obtido 106 assinaturas para o seu pedido. São necessárias as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores. FHC tomou café da manhã com os líderes do governo e dos partidos governistas (PSDB, PFL, PTB, PMDB, PL, PPB, PTB e PSD). De acordo com os líderes, o presidente apresentou três argumentos básicos contra a CPI. 1- A CPI poderia prejudicar a imagem do Brasil no exterior, porque levantaria suspeitas de irregularidades no projeto e o país precisa honrar seus compromissos. 2- Atrapalharia a reforma constitucional proposta pelo governo. 3- Não há denúncia concreta alguma de irregularidade no projeto. O presidente pediu aos líderes que aprovem o projeto do Sivam, da forma em que está no Senado. Na Câmara, a investigação poderia ser feita pela Comissão de Fiscalização e Controle. O líder do PMDB, Michel Temer (SP), afirmou que não é o momento para CPI. "A CPI é uma manobra diversionista da oposição para prejudicar a votação das reformas", disse o líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP). O líder do PFL, Inocêncio Oliveira, disse que vai "esperar para ver". Para os líderes, as explicações do presidente foram suficientes até agora. "Vamos esperar o pronunciamento do Senado e da Comissão de Fiscalização da Câmara. O interesse público está defendido", disse o líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP). O líder do PPB, Odelmo Leão (MG), contrário à CPI, vai reunir a bancada para discutir o assunto. Segundo os líderes, FHC fez um relato sobre a tramitação do projeto Sivam no Congresso. Disse que tomou todas as providências quando houve a denúncia de irregularidades na Esca, que iria gerenciar o projeto no Brasil. Em abril, o deputado Arlindo Chinaglia denunciou que a Esca havia fraudado o INSS. O governo afastou a empresa do projeto. Segundo os líderes, o presidente chamou a atenção para a demora do Senado em analisar o assunto. FHC teria dito aos líderes que havia sido informado pelo senador Gilberto Miranda (PMDB-AM), relator do projeto, de que não haveria problemas na proposta enviada pelo governo. O encontro do presidente com Miranda teria ocorrido há dez dias. Texto Anterior: Nova escuta agita agora CPI dos Bingos Próximo Texto: Votação sobre quebra de sigilo telefônico sofre atraso na CCJ Índice |
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