São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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Deputado quer socorrer todos

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os benefícios e privilégios concedidos pelo governo ao sistema financeiro deverão ser estendidos a quase toda a economia, no que depender das propostas do deputado Cunha Bueno (PPB-SP).
Mais conhecido por ser o principal defensor do regime monarquista no Congresso, o deputado decidiu aproveitar a MP das fusões bancárias para propor que o Estado socorra o setor produtivo das "distorções decorrentes do persistente e elevado processo inflacionário dos últimos anos".
"As disposições dos artigos 2º e 3º (da MP) aplicam-se também às empresas que compõem o setor da indústria de parafusos, porcas, rebites e similares", diz uma das emendas.
Aproveitando o mesmo texto-base, as demais emendas contemplam padarias, fabricantes de meias, produtores de adubos, cineastas e outros que o deputado conseguiu lembrar.
Não faltam os setores mais citados entre as principais vítimas do Plano Real: agricultores, produtores de têxteis e calçadistas, prejudicados pela abertura da economia aos importados e pelos juros.
O partido do deputado tem como representantes na comissão encarregada de examinar a MP das fusões os deputados Francisco Dornelles (RJ, titular) e Delfim Netto (SP, suplente), ambos favoráveis à aprovação da medida.
Delfim ironiza as críticas ao favorecimento do governo aos bancos. "Se uma tecelagem quebra, há problema para o empresário e os funcionários. Se o sistema financeiro quebra, quebram todas as tecelagens", diz.

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