São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995
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O futuro (2)

THALES DE MENEZES

Continuando a série de palpites sobre o futuro do tênis iniciada na semana passada, esta coluna fala agora de mudanças de fórmulas de torneios e de equipamentos.
Na próxima década, os tenistas devem ter que se adaptar a mudanças bem mais profundas do que cor de bolinha e modelo de calção. Parece lógico que os campeonatos vão mudar de cara.
Não há um organizador de torneio que não gostasse de uma outra fórmula de disputa no lugar das chaves de eliminatórias simples. E é fácil entender a razão.
O cara investe muito num campeonato, arruma patrocinadores e convida um Pete Sampras ou um Andre Agassi para garantir público. Aí aparece um tenista juvenil da Noruega e derrota Sampras na primeira rodada. É chato.
Por isso, o sistema de disputa "round-robin", no qual os participantes se dividem em dois grupos, jogando todos contra todos em cada chave, ganha mais força.
Há algum tempo o Masters masculino usa esse sistema, com sucesso. No entanto, ele serve apenas para torneios com poucos jogadores (8 a 12, no máximo). Com isso, pode ser que esse tipo de evento passe a ser mais regular.
No entanto, torneios como os quatro do Grand Slam não devem conseguir fugir da disputa pelas eliminatórias simples.
Acompanhando a mudança de cor das quadras sintéticas (os tons avermelhados devem substituir a atual predominância de cinza e azul), as atuais bolinhas amarelas devem ser modificadas.
Dois caminhos parecem naturais para a substituição: retornar às bolinhas brancas, que eram bem funcionais nos jogos em quadra de saibro, ou arriscar uma cor forte.
Um executivo da fábrica de bolinhas Penn revelou à revista "Tennis Magazine" que já existem tons de azul sendo estudados.
Quanto às raquetes, a evolução nunca pára e é muito difícil apostar numa tendência única.
O certo é que a garganta da raquete (aquela abertura na junção do cabo com a cabeça) deve ficar cada vez menor, ou até fechar de vez, como era antes dos anos 70.
Nos tênis, o reforço na lateral dos calçados deve ficar cada vez mais importante. Quase todo jogador reclama de tênis que abrem na borda. Muita gente prefere até usar modelos para futebol de salão, que já têm esse reforço.
No quesito uniformes, nada pode ser antecipado. Afinal, se o Agassi cismar de jogar de jardineira jeans, no dia seguinte vira moda nas quadras do planeta inteiro.

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