São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 1995 |
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Peres apresenta o novo governo
HELIO GUROVITZ
Aprovada por aclamação na sede do Partido Trabalhista, a proposta deve ser levada hoje ao Knesset (Parlamento). A maioria parlamentar da coalizão governista garante o novo gabinete. Além de ser premiê, Peres também deve acumular a pasta da Defesa. Para o Ministério das Relações Exteriores, ele indicou o general Ehud Barak, que era ministro do Interior no governo Rabin. Barak é considerado por muitos israelenses "herdeiro político de Rabin". Como o premiê assassinado, Barak é um general vitorioso. Lutou na Guerra do Líbano (1982) e participou das primeiras manifestações pela paz em Israel. Para o lugar de Barak no Ministério do Interior, Peres indicou Haim Ramon, presidente da Histadrut, a central sindical israelense. Ramon, que havia deixado o governo e o Partido Trabalhista por desavenças quanto à política de saúde, foi fundamental para a formação da maioria parlamentar. "Espero que ele não queira ter mais influência do que eu", teria dito Peres em declaração recolhida pelo jornal "The Jerusalem Post". Peres se esqueceu do nome de Ramon no primeiro anúncio do gabinete. Diante do espanto do público retirou novamente o papel do bolso e, dando risada, leu o nome. O premiê chegou à sede do partido acompanhado pelo ministro da Polícia, Moshe Shahal, que ameaçava deixar o governo se não tivesse um ministério à sua altura. Shahal foi designado para o Ministério dos Assuntos de Segurança Interna, que deve substituir o Ministério da Polícia, debilitado com as investigações sobre o assassinato de Rabin. O atual ministro da Economia, Yossi Beilin, ficará como ministro do Governo, com a função de negociador dos acordos de paz. A segurança dos membros do gabinete vem recebendo atenção especial. A reportagem da Folha presenciou a viagem de Peres e Shahal de Jerusalém a Tel Aviv. Em vez de seguir sozinho, acompanhado de apenas um carro silencioso do serviço de segurança, o Cadillac do premiê fez o trajeto com cinco barulhentas viaturas de sirenes azuis. Ohad Skornik e Michael Epstein, presos como suspeitos do assassinato de Rabin, foram libertados ontem e levados para prisão domiciliar. O jornalista HELIO GUROVITZ viajou a convite do grupo Iscar. Texto Anterior: Governo chinês indicia dissidente; Nazista Priebke pode escrever livro; Murayama quer base dos EUA em Okinawa; Noriega quer ter novo julgamento; Juíza americana veta lei antiimigrantista Próximo Texto: Italiano preso no Rio pode estar ligado à queda do chefe da Otan Índice |
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