São Paulo, sábado, 25 de novembro de 1995 |
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Sem-terra apóiam presidente do Incra
DENISE MADUEÑO
A rejeição do convite foi uma decisão política de apoio a Francisco Graziano, atual presidente do Incra. Graziano tem seu nome envolvido no escândalo da escuta telefônica do embaixador Júlio César Gomes dos Santos. Reunidos ontem em Brasília, dirigentes do Fórum pela Reforma Agrária e pela Justiça no Campo afirmaram que setores contrários à causa aproveitam a situação insegura de Graziano no governo para tentar derrubá-lo do Incra. "Há uma ação articulada para derrubar o Graziano por parte dos que não querem a reforma agrária. Para eles, este é o momento oportuno para paralisar a reforma", disse o coordenador do Fórum, Paulo Maldos. "O ministro é um entrave e um obstáculo à reforma agrária. Nosso diálogo é com o presidente Fernando Henrique Cardoso e, até hoje (ontem), com o presidente do Incra, Francisco Graziano", disse Gilberto Portes, um dos líderes dos sem-terra. A assessoria do ministério da Agricultura informou que o convite para o encontro foi feito por Vieira anteontem à tarde ao presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, extensivo aos representantes do MST. Vicentinho, que pela manhã não sabia se Graziano continuava ou não no cargo, disse que o fórum tem "respeito a Graziano" e que o governo vai sinalizar como será a reforma agrária de acordo com quem nomear para substituir Graziano, no caso de sua demissão. "Graziano é uma pessoa sensível, conhecedor da questão da terra, sempre recebeu os trabalhadores, foi contra a prisão dos sem-terra em São Paulo. Ele tem uma visão democrática", disse. Texto Anterior: Assessor do Incra endossa nova história Próximo Texto: Autor de versão nega contradição Índice |
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